não sei porquê, mas lembrei-me de repente de uma grande paixão minha. era um amor de verão, com tudo a que há direita, mergulhos, pele morena, gelados partilhados, jogos de uno, cócegas na relva, conversas e cantorias debaixo do céu estrelado e noites quentes. ele era de Lisboa e só estava cá na aldeia umas semanas por ano e eu contava os dias até o poder ver novamente. ele não fazia ideia que eu gostava dele, nunca tive coragem de lhe dizer nem de demonstrar o que sentia por ele (sempre foi problema para mim). um verão, apresentei-lhe uma amiga minha e ele ficou caidinho por ela. foi o pior verão da minha vida. à frente deles eu era a amiga querida e casamenteira que fazia arranjinhos e passava recados de um para o outro. chegava a casa e enfiava me no quarto a chorar baba e ranho e a ouvir finger tips. chorava, escrevia no meu diário e na minha cabeça gostava de imaginar uma história diferente para mim. imaginava que ele só tava a fazer isto para me provocar e tava tão cega de paixão que às vezes acreditava que era mesmo verdade, mas não era. ele estava mesmo apaixonado por ela e lembro-me do ultimo dia dele cá, eles finalmente beijaram-se e eu tive que sorrir e parecer feliz, mas por dentro estava com o coração a explodir de tristeza. entretanto, a minha amiga deixou de gostar dele e desprezou-o completamente enquanto eu secretamente ainda gostava dele, mas ele só falava nela. o tempo foi passando, eu consegui sobreviver e mais tarde vi pelo facebook que ele já namorava, imagine-se com uma rapariga que podia perfeitamente ser sósia da minha amiga. e este, foi o desgosto menos mau no meu cadastro de relações, agora pensem (como diz o outro).
já sei porque me lembrei dele, o meu irmão usa um perfume parecido com o que ele usava na altura.
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