sobre o documentário viral "before the flood"

-- texto originalmente publicado no dia 2 de novembro --

que coincidência conveniente o documentário "before the flood" ter sido transmitido dois dias depois da empresa Tesla que, por acaso, teve a sua parte de protagonismo no dito, ter lançado umas telhas solares espectaculares e amigas do ambiente. não há dúvida que o produto é revolucionário e que resolve muitos problemas e é de louvar o empenho do Leonardo DiCaprio em alertar para as alterações climáticas. sendo ele uma figura pública de alto gabarito, consegue ter bastante impacto na opinião do público e na mudança de mentalidades, mas até os bonzinhos sabem dar cartas no jogo de interesses. o próprio documentário pareceu-me bastante encenado e produzido de modo a fazer uma lavagenzinha cerebral ao povo e eu não gosto disso, mesmo que seja pelos melhores motivos. fez-me perceber que nem os bons são genuinamente bons. já são raros os que fazem o bem sem pedir nada em troca, mas sim porque é nisso que acreditam. eu também não sou nenhuma santa, mas vou continuar a fazer o possível para diminuir a minha pegada ecológica e de cada vez que me dê a preguiça de lavar o copinho de plástico de iogurte e pô -lo na reciclagem, não me vou lembrar deste documentário, mas sim de um episódio da série Planet Earth, em que é filmado a morte de um urso polar por desnutrição. o urso nadou vários quilómetros no oceano gelado porque já não existe gelo sólido para poder caminhar e quando chega ao habitat das focas para caçar, está demasiado fraco para lutar pela sua sobrevivência, acabando assim por morrer sozinho, esfomeado e esgotado. eu não quero ser do contra, nem anti e não estou de todo a desvalorizar a produção do documentário. acho muito bem que seja feita este tipo de intervenções e quem me dera a mim que realmente ajudasse a mudar mentalidades. gostava apenas que as pessoas fossem mais criticas e se sensibilizem também com produções mais honestas e subtis e não apenas com coisas virais. 

eles andem aí

um dia depois de ser transmitido o documentário "before the flood" publiquei a minha opinião critica, menos agradável e com um q.b. de teoria conspiradora aqui no blog e agora reparei que o mesmo desapareceu. nos rascunhos está uma versão anterior e com erros e o mais engraçado é que ao lado aparece o mostrador com visualizações, mas essa versão nem se quer chegou a ser publicado. claro, que o mais provável é eu tê-lo eliminado sem querer de alguma forma, mas tudo isto são macaquinhos para o meu sótão. o texto ainda vai voltar a ser publicado, porque a mim ninguém me cala.

no dia do meu aniversário acordei deprimida e não sei bem porquê. o dia começou devagar e com algum stress. fui contra a porta de vidro da varanda e cortei um dedo. estava a correr muito bem, pensei eu. recebi montes de mensagens de parabéns no mural de facebook, mas fiquei triste com o tom impessoal de algumas e tive um aperto no coração quando pensei naquilo que iria acontecer se o facebook não avisasse que eu fazia anos. agora que o dia já passou, percebo que foi estupidez minha e que os que realmente importam, iam se lembrar sempre. fiquei surpreendida com quem não esperava e confirmei aquilo que já tenho vindo a perceber há algum tempo - aqueles a quem mais damos, são os que menos merecem e vice-versa. andei muito a pé sozinha e rompi uma sapatilha nova. arranjei-me mais do que o normal para sair com as amigas, senti-me bem e bonita, mas mesmo assim, fui discreta e quase invisível em comparação com as belezuras que me acompanhavam. não me incomodou a pouca atenção porque sei o valor que tenho e quando cheguei a casa, tinha à minha espera o melhor namorado que podia ter que me fez sentir a melhor mulher. 

faço 30 anos amanhã

e hoje deram-me 23. e quando disse que tinha muito mais responderam convictamente que não podia ter mais que 27. não sei se é bom se é mau. senti-me meio embaraçada e deve-se ter notado na minha cara (sem rugas) porque a rapariga soltou um "ah! tas muito bem conservada!". é verdade que dos 22 fios de cabelo que tenho, nenhum é branco e ainda tenho os dentes todos. ok, ok! ando sempre de sapatilhas, mas bolas! a aparência não é tudo! eu considero-me uma pessoa com bastante maturidade. como é suposto me levarem a sério numa entrevista de emprego, por exemplo? por favor, não me obriguem a comprar aquela roupa aborrecida na loja bruxelas, ou pior, na zara.


ta bom, assim?

não me apetece vestir nada do que tenho e não gosto de nada que vejo nas lojas / sites. #help

#jafostebeyoncé

para mim, o album "a seat at the table" da solange é um dos melhores que ouvi este ano. tenho algumas teorias sobre este álbum que são bastante rebuscadas, mas como este blog é sem filtro, aqui vai:

acho que o nome do album : a seat at the table deve-se ao facto da solange ter estado todo este tempo à sombra da sua irmã, a toda poderosa queen B. deve ter sido difícil gostar de fazer música, até ter talento, mas não conseguir ver-se livre do rótulo de ser a "irmã da beyoncé" e logo, ser mais difícil ter credibilidade individual e fazer valer a sua música, o seu nome próprio e a sua identificação pessoal. a expressão "seat at the table" remete para aquela imagem do irmão adoptado / o cromo lá escola / a miúda tímida e discreta que finalmente conseguem "um lugar à mesa" e ao mesmo nível daqueles que os rodeiam. não estou a falar no sentido literal, mas sim no sentido, em que a sua voz finalmente é ouvida e a pessoa é considerada.

segunda teoria: a solange é muito mais bonita que aquilo que demonstra no marketing. a capa do album não faz nada jus à beleza dela e acho que até foi tirada daquela forma propositadamente porque mais uma vez não quer competir com a beleza e imagem da irmã. não quer ser mais uma gaja bonita no mundo da música. 

por fim, todo o album é relativo à luta e sofrimento dos negros na sociedade e é algo que, cada vez mais, deve ser falado porque agora que se livraram do aparthaid, racismo e escravidão e quando tudo parecia estar dentro do normal, começou a haver morte, atrás de morte de negros inocentes. é preciso travar este retrocesso, e este álbum é a sua forma de contribuição.

preciso urgentemente de comprar uma parka curta , não muito desportiva e dentro dos tons castanho / caqui e não encontro nada que goste! já corri mil sites online e nada me agrada. tou tão desesperada que hoje vi uma rapariga com uma que gostei, que tentei sorrateiramente espreitar a marca e por pouco ia passando por maluquinha. #notmaluquinhayet

sinto-me nostálgica.

dava um dedo mindinho para ter neste momento uma caixa cheia dos livros que fizeram parte da minha infância e adolescência. tal como os deixei. com cheiros, cantos de folhas dobrados e rabiscos (talvez). lembro-me de ler várias vezes o mesmo livro que contava uma história de um ratinho que vivia numa casa numa árvore com mobilia e decorada e tudo e na floresta onde vivia choveu vários dias seguidos e ele estava aborrecido de estar sempre em casa. finalmente parou de chover e quando saiu de casa, havia um cenário absolutamente lindo de flores, árvores, insectos iluminados por raios de sol e gotículas de água a reflectir a luz e, claro, um lindo acro íris. já procurei na net, mas não consigo encontrar nenhuma pista. faz parte, certamente, das melhores memórias de infância que tenho.

#dilemasdoego

criei uma conta de email e uma password tão brilhante e não posso partilhar com ninguém :(

no trabalho, falei ao telefone com uma senhora com um sotaque madeirense cerrado e precisei do nif dela para uma transacção. a senhora não sabia dizer de cor e era analfabeta, mas tinha uma amiga que o ia ler. no, tinha um número com mais de 10 dígitos. conclusão: a amiga era gaga. 😂  #truestory #coisasquesóacontecemamim #davaumaanedota

se tivesse 1€ por cada vez que guardei as lentes de contacto sem líquido, tinha 5€ 😂 #sintomeengraçadahoje #truestory #souumbocadodistraída.

#soquereslikes

acho um bocado ridículo o pessoal do face a colocar uma foto de perfil a preto e branco em homenagem às vítimas do cancro com a legenda"desafio aceite". mas que raio de desafio é colocar a melhor selfie de sorriso amarelo e pose de modelo, comparado com os desafios que as pessoas  com cancro passam todos os dias? o facebook é uma montra de vaidades e egos. é tudo uma questão de obter aprovação e likes. é uma questão de modas e falsos moralismos. já vi pessoal publicar cenas "anti-refugiados" e dias depois partilhar vídeos que apelam exatamente ao aposto, só porque era viral e de fácil like. e se doassem masé um euro que fosse? e se doassem medula ou sangue? estas coisas indignam-me de uma maneira tal, que só me apetece disparatar. mas expliquem lá como é que uma foto fútil contribui ou homenageia os doentes oncológicos. se calhar estou a ser demasiado radical ou será que não estou bem a perceber a cena? não me parece...

eu no terraço, no relax e vejo uma aranha (grandezita) a descer o candeeiro e a fazer uma teia. pensei, a "natureza é incrível", vou deixa-la estar e de repente essa mesma aranha começa a aproximar-se cada vez de mim e eu a pensar: "uau! que elegância e controle" e ela cada vez mais próxima, quase em cima de mim (tenho a certeza que eu estava tão estátua a olhar para o bicho que pensou que eu era só uma coisa onde podia prender a teia), ainda assim eu maravilhada. 2 segundos depois ela baloiça-se mesmo na minha direção e finalmente soltei um "saaiiiii fdp"! mas só a soprei e lá foi ela à sua vida, arranjar outra sitio para se prender. atrevida, hein. #becauseigothigh

#strangerthings

enquanto limpava umas lulas frescas, senti-me uma cientista do cia a dissecar um extraterrestre. #becauseigothigh

coisas do tpm

encontrar o último rebuçado de cereja no frasco das guloseimas fez-me sorrir. #gostomesmodesaborcereja

sabem o quê que é pior do que ter um vizinho velho e rabugento?

é ter dois vizinhos velhos e rabugentos. perdoem-me os mais sensíveis, mas há velhos insuportáveis e maldosos. sim, velhos!!! azediados , sem nada que fazer, queixinhas e conflituosos. pronto, agora que já descarreguei a minha raiva, vou contar até 10 e tentar esquecer que moro num prédio com gremlins.

#instaego

oh pah, até podes ter uma galeria brutal, ter fotos que me suscitam interesse e que eu gosto, mas se tens no teu perfil a palavra "vegan" para te descrever, fica difícil eu querer seguir-te.

se fosse uma daquelas pessoas eco-freaks (expressão cortesia da Beatriz Gosta - se não conhecem, vão pesquisar) ou seja, toda a dar para as verduras, smoothies, comida crua e compal de tomate até entenderia, agora usar vegan para te definires como pessoa não é lá muito fixe, apesar de tu pensares que é.

raramente me cruzo com o meu vizinho bonzão

mas quando acontece estou à entrada do prédio e está a vizinha do lado a dar-me um raspanete por ter deixado cair um tapete para o telhado da casa dela. ainda por cima ele estava acompanhado por um amigo igualmente bonzão.

coisas que provavelmente só acontecem a mim

ir levantar dinheiro e esquecer-me dele na máquina multibanco. o que vale é que ainda há pessoas boas e a senhora que estava atrás de mim foi atrás de mim para me o entregar. dêem me desconto, hoje não foi um dia fácil.

raramente me cruzo com o meu vizinho bonzão

mas quando acontece, estou distraída a cantar, fora de tom, uma música ridícula e completamente inventada sobre as minha horta e plantas.

se tivessse a fazer um rap, mandava mais pinta (yo yo manjericão in the house) mas a música nem se quer rimava :-(

falta de civismo traz ao de cima a psicopata que há em mim.

eu esbarro-me, de propósito, contra as pessoas que ficam a bloquear entradas / saídas ou ficam a ocupar os passeios de peões. aqueles que tentam entrar no metro antes de deixar sair levam ainda com um tratamento especial da minha mala.

mais uma vez, sai de casa mais cedo para chegar a tempo ao trabalho e tive tanto tempo à espera do metro que se tivesse saído à mesma hora de sempre, ia dar ao  mesmo. grrrr. não consigo entender estes mixed signals do universo.

uma das resoluções para este ano é subir sempre pelas escadas normais na estação do metro para fazer algum exercício no dia a dia. hoje, no caminho para lá, já tinha decidido que ia abrir uma exceção e ir pelas rolantes porque  estava super cansada de andar de um lado para o outro, as malditas estavam avariadas. subi os degraus da estação e ainda subi 3 andares do meu prédio até chegar a casa e sobrevivi. estranhamente, fiquei motivada para cumprir, diariamente e sem exceções, outras pequenas decisões que tomei para este novo ano. obrigada universo por me obrigares a cumprir as minhas promessas!

o meu namorado é melhor que o teu ii

ele partiu, sem querer, o recipiente onde costumava levar sempre a marmita e não só comprou-me um novo, como também trouxe-me um porta talheres todo fófinho.

im (not) into fashion

jninguém acredita se disser que estou entusiasmada com o meu "outfit" de amanhã que consiste em umas calças de ganga antigas, uma sweat simples comprada nuns saldos da pull & bear de há praí 2 anos atrás, vans e como acessório um cachecol quentinho e fofinho também comprados nos saldos. podem não  acreditar, mas eu sinto-me mais confiante de calças de ganga e sapatilhas do que toda aperaltada porque sou uma pessoa prática e tenho que estar confortável para conseguir ser eu mesma. acredito que é a nossa confiança que nos dá a pinta e não o que vestimos e eu com estes trapos sinto-me uma Kate moss nos anos 90.

raramente me cruzo com desconhecidos charmosos e interessantes, mas quando acontece, estou na fila da worten a comprar um CD do Tony Carreira.

nota: o CD é para oferecer à minha mãe.

nota ii: não tenho nada contra a família Carreira.

coisas que provavelmente só me acontecem a mim - I

depois de uma semana stressante, decidi estear a banheira e tomar um banho de emersão para relaxar. estava tudo muito bonito com velinhas e sais de banho e a correr muito bem até começar a sentir a água a arrefecer. vou a ver e estava a torneira a jorrar água gélida e a banheira ainda nem estava meio cheia, mas mesmo assim, decidi que não era isso que me ia estragar o momento zen. fechei a torneira, respirei fundo e encostei-me para trás tentando ignorar os calafrios que já me percorriam o corpo e decidi aproveitar ao máximo o banho. passados 30 segundos já não aguentava o frio e levantei-me para me secar, ainda à luz das velas. de repente, começo a sentir os pés bastante molhados, mas ignorei, pensando que era normal porque tinha acabado de sair da água. aproximo-me do sítio onde tinha a roupa a chapinhar. a chapinhar! olho para baixo e estava tudo inundado e a água da banheira a subir toda por uma daquelas tampas no chão. acho que congelei por uns minutos a olhar para aquilo tudo e a pensar na minha sorte. contei até 10 e planeei bem a melhor maneira de me desemerdar. correu tudo mais ou menos bem e só demorei quinze minutos (inserir tom sarcástico aqui). consegui terminar sem não gritar e só disse duas asneiras, mesmo quando o balde da esfregona tombou e por pouco não arramava novamente toda a água. não sei se esta passividade é resultado da minha imensa maturidade ou porque estou demasiado cansada para me importar. 

serei má pessoa por rogar pragas a velhotas?

eram 3 e passaram me à frente na fila do elevador sem pedir licença. empurraram-me com as malas de couro com cheiro a naftalina e passaram por cima dos meus pés com um carrinho de compras. eu sou uma pessoa sensata e  compreendo que pessoas de idade têm mais dificuldades de mobilidade e faz sentido querem ir pelo elevador, mas não lhes dá o direito de serem mal educadas. pedir licença fica muito bem e se tivessem perguntado se podiam passar à frente, eu até tinha sorrido e aberto caminho, mas má educação tira me do sério e faz-me desejar coisas más a velhotas.

and the stars look very diferente today...

acredito que, hoje, toda gente, desde fãs, admiradores, pessoas que gostam de outros géneros de música, pessoas que nem se quer ouvem música, cantarolaram ou trautearam uma música do grande David Bowie. uma bonita homenagem que uniu numa única sinfonia universal todo mundo. só um génio consegue chegar a toda gente desta forma e só um camaleão tem este efeito de uniformizar com a música todas as pessoas deste planeta, independente da cultura, raça, religião ou estatuto.

sempre que saio mais cedo de casa para chegar mais cedo ao trabalho, acontece alguma coisa nas linhas do metro em que acabo por chegar ainda mais atrasada. assim não dá, não há motivação que persista.

o meu namorado é melhor que o teu

ele pôs uma botija de água quente no meu lado da cama e com o meu pijama, umas horas antes de irmos deitar, porque ontem mencionei que não gostava de me deitar numa cama fria <3

mais amor por favor

na estação do metro, um avô catita corria divertidamente atrás da sua neta de mais ou menos 5 anos. riam-se muito os dois e quando, ele finalmente quis ganhar o jogo, pegou-lhe na mão carinhosamente e os dois foram andando alegremente até ao  metro. ele com o seu bigode aprumado, ela com o seu kispo rosa choque e ambos com amor e ternura estampado no rosto.