segunda-feira, 31 de outubro de 2016

no dia do meu aniversário acordei deprimida e não sei bem porquê. o dia começou devagar e com algum stress. fui contra a porta de vidro da varanda e cortei um dedo. estava a correr muito bem, pensei eu. recebi montes de mensagens de parabéns no mural de facebook, mas fiquei triste com o tom impessoal de algumas e tive um aperto no coração quando pensei naquilo que iria acontecer se o facebook não avisasse que eu fazia anos. agora que o dia já passou, percebo que foi estupidez minha e que os que realmente importam, iam se lembrar sempre. fiquei surpreendida com quem não esperava e confirmei aquilo que já tenho vindo a perceber há algum tempo - aqueles a quem mais damos, são os que menos merecem e vice-versa. andei muito a pé sozinha e rompi uma sapatilha nova. arranjei-me mais do que o normal para sair com as amigas, senti-me bem e bonita, mas mesmo assim, fui discreta e quase invisível em comparação com as belezuras que me acompanhavam. não me incomodou a pouca atenção porque sei o valor que tenho e quando cheguei a casa, tinha à minha espera o melhor namorado que podia ter que me fez sentir a melhor mulher. 

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

faço 30 anos amanhã

e hoje deram-me 23. e quando disse que tinha muito mais responderam convictamente que não podia ter mais que 27. não sei se é bom se é mau. senti-me meio embaraçada e deve-se ter notado na minha cara (sem rugas) porque a rapariga soltou um "ah! tas muito bem conservada!". é verdade que dos 22 fios de cabelo que tenho, nenhum é branco e ainda tenho os dentes todos. ok, ok! ando sempre de sapatilhas, mas bolas! a aparência não é tudo! eu considero-me uma pessoa com bastante maturidade. como é suposto me levarem a sério numa entrevista de emprego, por exemplo? por favor, não me obriguem a comprar aquela roupa aborrecida na loja bruxelas, ou pior, na zara.


ta bom, assim?

terça-feira, 18 de outubro de 2016

não me apetece vestir nada do que tenho e não gosto de nada que vejo nas lojas / sites. #help

domingo, 9 de outubro de 2016

#jafostebeyoncé

para mim, o album "a seat at the table" da solange é um dos melhores que ouvi este ano. tenho algumas teorias sobre este álbum que são bastante rebuscadas, mas como este blog é sem filtro, aqui vai:

acho que o nome do album : a seat at the table deve-se ao facto da solange ter estado todo este tempo à sombra da sua irmã, a toda poderosa queen B. deve ter sido difícil gostar de fazer música, até ter talento, mas não conseguir ver-se livre do rótulo de ser a "irmã da beyoncé" e logo, ser mais difícil ter credibilidade individual e fazer valer a sua música, o seu nome próprio e a sua identificação pessoal. a expressão "seat at the table" remete para aquela imagem do irmão adoptado / o cromo lá escola / a miúda tímida e discreta que finalmente conseguem "um lugar à mesa" e ao mesmo nível daqueles que os rodeiam. não estou a falar no sentido literal, mas sim no sentido, em que a sua voz finalmente é ouvida e a pessoa é considerada.

segunda teoria: a solange é muito mais bonita que aquilo que demonstra no marketing. a capa do album não faz nada jus à beleza dela e acho que até foi tirada daquela forma propositadamente porque mais uma vez não quer competir com a beleza e imagem da irmã. não quer ser mais uma gaja bonita no mundo da música. 

por fim, todo o album é relativo à luta e sofrimento dos negros na sociedade e é algo que, cada vez mais, deve ser falado porque agora que se livraram do aparthaid, racismo e escravidão e quando tudo parecia estar dentro do normal, começou a haver morte, atrás de morte de negros inocentes. é preciso travar este retrocesso, e este álbum é a sua forma de contribuição.